
Entre a essência e o real
Ela tinha uma inquietação com o
tempo
Talvez, o tempo tivesse-lhe ensinado o silêncio
Não por escolha, mas por
imposição
Existia um vazio no silêncio
Ela tinha melhores amigos
E amores de alma
Mas seria compreendida a 100%?
Faltavam peças no puzzle,
que tanto era ela
E o que há da sua cópia
manuscrita?
E o amor da sua vida?
Seria dela?
Ela tinha feridas no seu coração
Ao amor da sua vida, desconheço
Pouco ou nada sei, as cores do
quadro
Mas a ela eu conheço
Ela é um reflexo meu e eu dela
Existia tudo e nada
Seria o amor um quebranto?
Alento de silêncios, que ela
forçava relevar?
O amor quando não demonstrado
Vira tormento, que consome
E então, percorres caminhos não
tão teus, mas teus?
A ela eu conheço, a ele desconheço
Existia então, um eco de silêncio
E esse reflexo, sou eu!
Onde não puderes amar, não te
demores!
Faltava então a água, e sobrava o fogo
Mas o fogo em excesso consome os sentidos
Eu, água
Ao deparar-me com tanto fogo no
mapa, senti uma flecha em mim
Mediante, tanto fogo,
Que pensava consumir a água, enquanto
a água consumia o fogo e o ar, batendo na encosta terrena
Então percebi!
Que, talvez, a essência fosse a
água
A água era real
Em prol da essência
Do sentir!
E entre sentir e não sentir
Escolhi, então, sentir!
Talvez, por inconscientemente saber, que mesmo sem saber
Existia uma parte real, nua e crua, em mim
Que não fazia parte dela!
Mas, que mesmo incógnita
Em mim, era um reflexo meu, entre o real e a essência!
Sentir na encosta...
O real!
Porque o reflexo dela, sou eu!